O médico explicou-lhe tudo com calma mas, mesmo assim, ficou no ar aquela sensação de incerteza… Será mesmo isto? Será que existe outra opção? Se já sentiu este nó na barriga, fique a saber que tem todo o direito de procurar uma segunda opinião. Não é falta de confiança. Não é desrespeito. É cuidado. É querer decidir com clareza sobre o que mais importa: a sua saúde.
Afinal, o que é uma segunda opinião médica?
É exatamente o que parece: ouvir outro médico. No fundo, é pedir a um segundo especialista que analise o seu caso, reveja o diagnóstico ou o tratamento proposto e lhe dê a sua perspetiva.
Pode ser através de uma nova análise do historial clínico, pedidos de exames adicionais ou, simplesmente, uma conversa franca e esclarecedora.
O Direito a uma segunda opinião médica é um dos direitos fundamentais do paciente e está previsto na Carta dos Direitos e Deveres do Doente, o que significa que qualquer pessoa pode e deve usá-lo sempre que sentir necessidade.
Quando pedir uma segunda opinião médica?
A verdade é que não há um momento “certo” igual para todos. Mas há situações onde este passo pode fazer toda a diferença:
- O diagnóstico não foi claro ou pareceu incerto
- Está perante uma doença grave, rara ou terminal
- Tem várias opções de tratamento e não sabe qual seguir
- Não está a responder ao tratamento atual
- Sente que não foi ouvido na primeira consulta
- A proposta de tratamento parece demasiado invasiva, experimental ou arriscada
- O médico não é especialista na sua condição específica
- Ou, simplesmente… ainda tem dúvidas.
Também há casos em que o próprio médico pode sugerir procurar outra opinião e isso deve ser visto como um sinal de profissionalismo, não como motivo de preocupação.
Como pedir uma segunda opinião médica?
Antes de mais, respire fundo: não está a ofender ninguém ao querer confirmar um diagnóstico. É o seu corpo, a sua saúde, a sua decisão. Eis alguns passos que podem ajudar:
- Fale abertamente com o médico que o acompanha. Diga que está a pensar procurar outra opinião para se sentir mais seguro. Muitos médicos compreendem e até ajudam nessa procura
- Recolha toda a documentação médica. Exames, análises, relatórios clínicos, prescrições, tudo pode ser útil. Se não tem esses documentos, peça-os à clínica ou hospital. Este é outro direito do paciente, garantido por lei – tem o direito de aceder à sua informação clínica sempre que necessitar
- Escolha bem o segundo especialista. Pode pedir recomendações ao seu médico de família, ao seguro de saúde (muitos incluem esta cobertura), procurar em clínicas especializadas ou, até, recorrer a associações de doentes
- Na nova consulta, seja claro. Explique que está à procura de uma segunda opinião. No início, pode até optar por não partilhar logo a primeira avaliação, para garantir uma visão isenta. Depois, já com tudo em cima da mesa, compare os pareceres.
O que perguntar na consulta?
Vá preparado. Ter uma lista de perguntas ajuda a não esquecer nada importante. E lembre-se: não há perguntas “parvas” quando o que está em causa é a sua saúde. Algumas perguntas que pode fazer:
- Qual é exatamente o meu diagnóstico?
- Há outras opções de tratamento?
- Quais são os riscos e benefícios de cada uma?
- O que acontece se não fizer nada por agora?
- Recomendaria o mesmo tratamento a alguém da minha família?

E se as opiniões forem diferentes? Como decidir?
E quando os médicos não dizem o mesmo? Acontece mais vezes do que se imagina e pode ser desconcertante. O importante é manter a calma e olhar para os dois pareceres com espírito crítico.
Deixamos-lhe algumas dicas para ajudar na decisão:
- Compare os argumentos: qual das opiniões lhe parece mais bem fundamentada? O médico explicou-lhe os porquês de forma clara?
- Avalie o grau de confiança: com quem se sentiu mais confortável e bem informado? A relação de confiança conta, e muito!
- Consulte fontes adicionais: pode ler sobre o tema em websites de saúde credíveis, falar com associações de doentes ou, até, procurar uma terceira opinião
- Fale com os dois profissionais: partilhe as opiniões divergentes e veja se algum deles reavalia o parecer. Às vezes, esse diálogo pode levar a um consenso.
No fim, o mais importante é sentir-se seguro e bem informado para tomar a melhor decisão para si
E se for preciso ir ao estrangeiro?
Se se tratar de uma doença rara, grave ou que exija tratamentos que não existem em Portugal, pode pedir uma segunda opinião médica internacional. Muitos seguros de saúde já oferecem esta possibilidade, incluindo apoio para as despesas de deslocação e estadia. Por isso, verifique o que o seu plano cobre – pode abrir portas importantes.
Precisa de apoio para ir à consulta? Conte com a Ambula!
Se está a planear pedir uma segunda opinião médica e precisa de ajuda para se deslocar com conforto e segurança, a Ambula está preparada para o acompanhar em todo o processo. Porque cuidar da saúde também passa por garantir que chega onde precisa, com tranquilidade.