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médico a segurar um esquema de cérebro

Pessoas com AVC: como apoiar e adaptar a vida após o acidente

É uma das principais causas de morte em Portugal. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) não só transforma profundamente a vida de quem sofreu como também a dos seus familiares. Nem todos os AVC’s são iguais e os efeitos físicos, emocionais e sociais variam de pessoa para pessoa, mas com apoio, adaptação e acompanhamento adequado, é possível recuperar qualidade de vida.


Se procura informações sobre este tema, este artigo é para si.

Pontos-chave do artigo

  • O que muda na vida de quem sofreu um AVC
  • Necessidades físicas e emocionais após o AVC
  • Adaptação da casa e rotinas para maior autonomia
  • Sintomas de AVC: os 5 F’s a memorizar
  • Fatores que podem causar um AVC
  • Como agir em caso de novo AVC
  • Tipos de AVC e respetivos tratamentos
  • Apoio psicológico e o papel da família
  • Testemunhos reais de superação.

O que muda na vida de quem sofreu um AVC?

É necessária uma adaptação, sofrer um AVC é uma grande mudança. O dia a dia torna-se mais desafiante, seja porque as pessoas que o enfrentam podem sofrer alguma limitações na fala, movimentos, memória ou na visão. Há pessoas em que estas alterações são temporárias e outras em que estas podem tornar-se permanentes e exigem que se passe por um processo de aprendizagem em tarefas como: vestir-se, preparar refeições ou até mesmo comunicar.

 

Estas mudanças vão além do corpo: a rotina familiar, os papéis sociais e até a autoconfiança da pessoa podem ser profundamente afetados.

Necessidades físicas e emocionais após um AVC

Sofrer um AVC pode representar, para muitas pessoas, um recomeço. O impacto é profundo, especialmente porque pode implicar a perda de alguma independência, o que gera frustração e incerteza. Por isso, é fundamental garantir um apoio contínuo – não apenas físico, mas também emocional. Esse suporte é imprescindível para que a pessoa se adapte à nova realidade e recupere, aos poucos, a sua qualidade de vida.

Alterações na mobilidade e comunicação

Como referido, muitos sobreviventes de AVC perdem força num dos lados do corpo (hemiparesia) ou têm dificuldades em andar, falar ou até mesmo fazer refeições. A fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional são essenciais para recuperar funções e promover a autonomia. Esta reabilitação deve começar o mais cedo possível.

Fadiga, ansiedade e depressão pós-AVC

Uma queixa frequente, é a fadiga constante que surge após pequenas tarefas. Além disso, o risco de ansiedade e depressão aumenta, devido à perda de controlo sobre a sua vida. É fundamental garantir um acompanhamento psicológico e criar um ambiente que favoreça a autoestima e o bem-estar.

Adaptação da casa e rotinas para maior autonomia

Adaptar a casa e as rotinas diárias é essencial para facilitar a integração da pessoa com AVC à sua nova realidade. Essas mudanças tornam o ambiente mais seguro e funcional, promovendo conforto, autonomia e bem-estar no dia a dia.

Equipamentos e apoios úteis (ex: cadeira de rodas)

Recursos que podem fazer toda a diferença no dia a dia:

 

  • Cadeiras de rodas e andarilhos
  • Barras de apoio no WC e no duche
  • Cadeiras para banho e camas articuladas
  • Utensílios adaptados para alimentação e vestuário
  • Aplicações e dispositivos para facilitar a comunicação.

A escolha do equipamento certo depende das limitações de cada pessoa e deve ser feita com o apoio de profissionais de saúde.

Cuidados com segurança, higiene e alimentação

Melhor do que remediar é mesmo prevenir. Principalmente quando o assunto são quedas e infeções. Relativamente à segurança algumas sugestões passam por: remover tapetes, desimpedir corredores e reforçar a iluminação. A higiene pessoal pode exigir alguma ajuda, o essencial é respeitar a privacidade da pessoa. Na alimentação, é importante adaptar a consistência dos alimentos ou optar por dietas específicas para prevenir novos eventos.

Sintomas de um AVC

Os 5 F’s são uma forma simples e prática de reconhecer os principais sintomas de um AVC.

Em português, correspondem a:

 

  • F de Face: rosto descaído ou sorriso assimétrico
  • F de Força: fraqueza num dos lados do corpo
  • F de Fala: discurso confuso, arrastado
  • F de Forte dor de cabeça: intensa e repentina, sem causa aparente
  • F de Falta de visão: num ou ambos os olhos.

 

Se notar algum destes sinais, ligue de imediato para o 112. O tempo é crucial para minimizar danos cerebrais.

Fatores que podem causar um AVC

São vários os fatores que podem desencadear um AVC, desde fatores controláveis a outros que podem não ser controláveis.

 

Controláveis:

  • Hipertensão arterial (principal causa)
  • Diabetes, colesterol elevado
  • Tabagismo, álcool, sedentarismo, obesidade
  • Alimentação desadequada, stress, doenças cardíacas
  • Uso indevido de medicamentos ou drogas.

 

Não controláveis:

  • Idade: risco aumenta significativamente após os 55 anos mas 25% dos casos surge em jovens
  • Histórico familiar de AVC ou doenças cardiovasculares
  • Sexo: homens têm maior risco, mas as mulheres tendem a ter piores consequências
  • AVC anterior ou ataque isquémico transitório (AIT).

Como agir em caso de novo AVC: sinais e primeiros socorros

Estar preparado e saber identificar os sinais de um novo AVC pode salvar vidas. Os principais sintomas incluem:

 

  • Fraqueza súbita num lado do corpo
  • Dificuldade em falar ou compreender
  • Alterações na visão
  • Tonturas, perda de equilíbrio
  • Dor de cabeça intensa e repentina.

 

Em caso de suspeita, ligue imediatamente para o 112. O tempo é crucial: quanto mais cedo a pessoa for assistida, maiores as hipóteses de recuperação.

Tipos de AVC e tratamentos

Estar preparado e saber identificar os sinais de um novo AVC pode salvar vidas. Os principais sintomas incluem:

  • Fraqueza súbita num lado do corpo
  • Dificuldade em falar ou compreender
  • Alterações na visão
  • Tonturas, perda de equilíbrio
  • Dor de cabeça intensa e repentina.

Em caso de suspeita, ligue imediatamente para o 112. O tempo é crucial: quanto mais cedo a pessoa for assistida, maiores as hipóteses de recuperação.

AVC Isquémico (obstrução de uma artéria – cerca de 85% dos casos) Tratamento de urgência:

Tratamento de urgência:

  • Trombólise intravenosa com fármacos (ex: alteplase) para dissolver o coágulo
  • Trombectomia mecânica para remoção do coágulo por via endovascular (em centros especializados)

 

Tratamento de longo prazo:

  • Fármacos anticoagulantes ou antiplaquetários (para prevenir novos coágulos)
  • Reabilitação intensiva: fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional
  • Controlo de fatores de risco (pressão arterial, diabetes, colesterol).

Apoio psicológico e social: o papel da família e comunidade

O envolvimento da família, cuidadores e amigos é determinante para a recuperação. Saber ouvir, respeitar o ritmo da pessoa e encorajá-la sem infantilizar é importante. Sugerir grupos de apoio, centros de dia e associações locais ajuda a combater o isolamento e promover a integração social.

A saúde mental de quem cuida também deve ser protegida. Partilhar responsabilidades, procurar apoio e fazer pausas é essencial para evitar o desgaste emocional.

Testemunhos de pessoas que sofreram um AVC

“Não estava minimamente preparada para o que viria a seguir. A recuperação é um processo longo, onde até o mais simples, como aprender a sentar na cama, se torna um desafio.”  – Diana Ramos, 47 anos.

Ver testemunho em vídeo.

 

Esta reportagem, reúne vários testemunhos de pessoas que sofreram um AVC, enfrentaram os desafios da recuperação e partilharam as suas histórias de superação e resiliência.

Viver com AVC é possível com apoio certo

Um AVC marca um antes e depois na vida de qualquer pessoa, mas não define o seu futuro. Com acompanhamento médico, adaptações no ambiente e uma rede de apoio sólida, é possível recuperar autonomia e redescobrir uma nova forma de viver. A chave está na empatia, na paciência e na valorização de cada pequena conquista.

Links importantes sobre esta temática:

Os conteúdos deste blog são informativos. Não substituem diagnóstico ou tratamento médico. Consulte sempre um profissional de saúde.

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