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Saúde

cuidadora a segurar a mão de idoso

Doença de Parkinson: sintomas, diagnóstico e cuidados essenciais

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, logo a seguir ao Alzheimer, afeta cerca de 10 milhões de pessoas no mundo.   Em Portugal estima-se que esta doença atinja cerca de 20 mil pessoas e é mais frequente entre os homens. Pontos-chave do artigo Neste artigo explicamos, de forma simples, os sintomas, como se faz o diagnóstico Terapias recomendadas e os cuidados diários A doença nos jovens Adaptações em casa Serviços de apoio em Portugal O que é a doença de Parkinson? Esta doença resulta da redução dos níveis de dopamina, quando existe esta redução dá-se a morte das células cerebrais que a produzem. A dopamina é responsável pela atividade muscular no nosso cérebro, quando reduzida os movimentos do corpo ficam afetados.   Quando surgem os sintomas, por norma significa que entre 60 a 80% das células produtoras da dopamina já se perderam. Quem é mais afetado? É mais frequente após os 60 anos e ligeiramente mais comum nos homens, mas pode surgir em idades mais jovens. Pakinson juvenil Quando o diagnóstico ocorre antes dos 50 anos, fala-se em Parkinson juvenil. Pode ter uma progressão mais lenta, mas maior risco precoce da variação da eficácia dos medicamentos, movimentos involuntários do corpo e desafios específicos (trabalho, família, planeamento a longo prazo). Sintomas motores Bradicinesia: movimentos voluntários mais lentos Tremor de repouso: movimentos involuntários, quando em repouso pode envolver várias partes do corpo como: mãos, braços, pernas ou queixo (nem todos os doentes apresentam este sintoma) Rigidez muscular: membros e tronco “presos”, falta de flexibilidade tanto dos membros como das articulações Alterações do equilíbrio e marcha (instabilidade postural, passos curtos, “freezing”). Sintomas não motores Olfato diminuído Distúrbios do sono (incluindo “agir os sonhos”/RBD) Sintomas neuropsiquiátricos: depressão, ansiedade, apatia, alucinações Disfunções autonómicas: queda da tensão ao levantar, problemas urinários/sexuais.   Estes sintomas podem impactar mais a qualidade de vida do que os motores e por vezes antecedem-nos anos. Progressão da doença A velocidade de progressão varia muito entre pessoas assim como os sintomas. Os médicos costumam utilizar a escala de Hoehn e Yahr de forma a medir a progressão da doença ao longo do tempo.   Estado 1: Inicial Os sintomas são mais leves e não interferem nas atividades diárias, o tremor apresenta-se em apenas um dos lados do corpo. Quem rodeia o doente pode reconhecer mudanças como: postura, perda de equilíbrio e de expressões faciais.   Estado 2: Bilateral Os sintomas tendem a piorar, afetando os dois lados do corpo. Existe uma dificuldade em caminhar, uma piora da postura, o doente continua a ser independente mas pode apresentar uma maior dificuldade em realizar as tarefas diárias.   Estado 3: Instabilidade Postural Moderada Este é o estado intermédio da doença, causa perda de equilíbrio e movimentos mais lentos. As quedas tornam-se mais comuns, o doente continua independente mas os sintomas começam a afetar as atividades cotidianas como comer e vestir. Pode existir um “congelamento” da marcha, dificuldade em andar em linha reta ou até mesmo ficar de pé.   Estado 4: Instabilidade Postural Grave Os sintomas são graves e limitam a qualidade de vida, pode ser necessário um suporte para ficar de pé. O doente não consegue viver sozinho e precisa de um acompanhamento para realizar as atividades diárias.   Estado 5: Locomoção Dependente É o estado mais debilitante, a rigidez das pernas pode impossibilitar a marcha. Pode ser necessária uma cadeira de rodas ou até mesmo ficar acamada. O doente pode sofrer alucinações e delírios. Necessidade de acompanhamento 24 horas. Diagnóstico e acompanhamento médico Numa etapa inicial o diagnóstico pode ser mais difícil, visto que os sintomas são mais subtis. Em adultos mais velhos, tende a ser mais complicado porque os sintomas se assemelham a sintomas de envelhecimento, tais como: movimentos mais lentos, perda do equilíbrio, postura encurvada e rigidez muscular Tratamento e terapias recomendadas Dependendo do perfil clínico do paciente e da fase em que este se encontra os tratamentos e as terapias podem passar por:   Medicação específica Estimulação Cerebral Profunda (DBS): opção cirúrgica em casos selecionados com flutuações motoras/tremor resistente, após avaliação especializada Exercício físico estruturado: recomenda-se cerca de 150 min/semana de atividade moderada a vigorosa (aeróbico, força, equilíbrio/agilidade, alongamentos), preferencialmente orientado por fisioterapia. O exercício melhora sintomas motores e não motores Fisioterapia/terapia ocupacional: treino de marcha, equilíbrio, estratégias para “freezing”, energia no dia a dia; seguir diretrizes europeias Terapia da fala: programas LSVT LOUD (voz) e LSVT BIG (amplitude do movimento) têm evidência de benefício Gestão de sintomas não motores: sono, humor, obstipação, dor – combinando ajustamento de fármacos, medidas de estilo de vida e terapias específicas. Cuidados diários e qualidade de vida Medicação à hora certa (usar alarmes/organizadores) Rotina previsível, com pausas e tarefas em passos simples Sono: higiene do sono e segurança se houver comportamentos durante o sono Nutrição: hidratação, fibra para obstipação; alguns doentes beneficiam de evitar proteínas da dose de levodopa (medicamento que pode ser tomado se recomendado) Exercício diário (mesmo curto) e socialização Sinais de alarme: quedas, confusão súbita, alucinações marcadas, engasgamentos/pneumonia por aspiração — procurar cuidados médicos. Como adaptar a casa para o doente com Parkinson Remover tapetes soltos e cabos, desimpedir corredores, boa iluminação (luzes de presença) Casa de banho: barras de apoio, cadeira de duche, tapete antiderrapante Quarto: cama a altura segura, acesso fácil à luz, caminho livre até à WC Estratégias anti-queda/freezing: marcas no chão e posicionar mobiliário para passadas amplas Avaliação por terapeuta ocupacional/fisioterapeuta para adaptações personalizadas. Serviços de apoio disponíveis Existem vários apoios disponíveis, desde associações, a meios de transporte e redes de apoio.O importante é que tanto o cuidador como o paciente não se sintam sozinhos durante este processo.   APDPk – Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson: informação, grupos de apoio, formação para cuidadores e serviços de reabilitação (neuro fisioterapia/terapia da fala) Young Parkies: associação cujo objetivo é acompanhar pessoas com Parkinson juvenil. Formada por médicos, investigadores, cuidadores, terapeutas e pacientes. Estatuto do Cuidador Informal: direitos, medidas de apoio e reconhecimento (Segurança Social/Gov.pt) Rede Nacional de

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mulher com psoriase e eczema

Eczema vs psoríase: saiba como distinguir estas doenças de pele

O eczema e a psoríase são doenças de pele crónicas que podem parecer semelhantes, ambas provocam vermelhidão, comichão e lesões cutâneas, mas surgem por causas diferentes, exigem tratamentos distintos e afetam zonas específicas do corpo.   É importante referir que nenhuma destas doenças apresentam carácter contagioso nem se desenvolvem por falta de higiene.   Ao longo do artigo, vamos ajudá-lo a compreender as diferenças destas duas condições. Pontos-chave do artigo Diferenças entre eczema e psoríase: causas, sintomas e zonas afetadas Tipos de eczema e principais fatores de agravamento Como identificar e tratar a psoríase Cuidados diários e formas de prevenir surtos Tratamentos disponíveis: desde hidratação até terapias imunológicas Testemunhos reais de quem vive com estas doenças Quando deve procurar um dermatologista. O que é o eczema? Para contextualizar, o eczema (também conhecido por dermatite atópica) é uma inflamação que causa secura, irritação e muita comichão, surgem em períodos alternados de crises e remissões. É uma das condições de pele mais comuns, especialmente em bebés e crianças, mas pode aparecer na idade adulta.   Destacam-se dois tipos de eczema:   1. Dermatite Atópica Causa: genética / imunológica Idade habitual: infância Localização: dobras, rosto, mãos Duração: crónica Sintomas: comichão, vermelhidão, secura 2. Dermatite de Contacto Causa: substância externa (alérgeno ou irritante) Idade habitual: qualquer idade Localização: zona de contacto direto Duração: transitória (se evitado o agente) Sintomas: vermelhidão, bolhas, prurido Causas do eczema Estas causas não são totalmente conhecidas, envolvem vários fatores tanto genéticos, imunológicos e também certos ambientes. As pessoas com eczema ficam com a barreira cutânea mais frágil, o que facilita a entrada de alergénios e existem alguns fatores que facilitam o seu aparecimento.   Fatores comuns: Alergias (ácaros, pólen, alimentos) Frio e clima seco Stress Roupas sintéticas ou detergentes agressivos Genética. Sintomas do eczema Vermelhidão e secura da pele Comichão intensa e persistente Fissuras e crostas Lesões localizadas nas dobras do corpo (cotovelos, joelhos, pescoço). Sintomas do eczema O passo mais importante é hidratar profundamente a sua pele para reduzir a inflamação. No entanto, em casos mais graves, pode ser necessário recorrer a medicação.   Exemplos de tratamento: Emolientes e cremes hidratantes Corticosteróides tópicos Anti-histamínicos (para aliviar a comichão) Evitar fatores desencadeantes Prevenção do eczema De modo a prevenir os surtos de eczema: Siga o plano de tratamento recomendado pelo dermatologista Evite coçar as zonas afetadas para não agravar as lesões No tempo mais frio proteja as suas mãos com luvas Use produtos suaves e seque a pele com toques leves, sem fricção Hidrate a pele várias vezes ao dia (especialmente após o banho) Prefira duches com água morna Beba água ao longo do dia para manter a pele hidratada por dentro Vista roupas de algodão ou tecidos naturais e respiráveis Evite mudanças bruscas de temperatura e o contacto com substâncias irritantes Reduza o stress com atividades como caminhada, meditação ou ioga. Testemunhos de quem vive com eczema “Chegamos a ter pena de nós próprias, é inevitável. Ainda que, ao mesmo tempo, também nos sintamos particularmente fortes por conseguirmos lidar com algo assim e superá-lo a cada momento.” — Ana Paula Correia   Ler o artigo na íntegra – retirado de “Saberviver”     “Não sei o que nos reserva o futuro, mas tenho esperança.” — Tânia Fernandes (sobre o filho de 2 anos, Lucas)   Ler o artigo completo – retirado de “Activa” O que é a psoríase? A psoríase é uma doença autoimune e inflamatória em que o sistema imunitário acelera a produção de células da pele. Este processo provoca o aparecimento de uma espécie de placas espessas e avermelhadas cobertas por escamas esbranquiçadas.   Em Portugal, estima-se que existam mais de 200 000 pessoas com psoríase, segundo a Associação Portuguesa de Psoríase. A nível global, a doença afeta mais de 125 milhões de pessoas, sendo cerca de 14 milhões na Europa, de acordo com estimativas internacionais. Causas da psoríase A causa mais provável da psoríase é o fator genético e imunológico. Não é contagiosa, mas pode ser desencadeada ou agravada por fatores externos.   Fatores comuns: Stress físico ou emocional Infeções (ex: amigdalite) Certos medicamentos (como betabloqueadores) Lesões na pele (efeito de Koebner). Sintomas da psoríase Placas vermelhas com escamas brancas ou prateadas Lesões espessas e bem delimitadas Pode afetar unhas (alterações na cor e textura) Dor ou rigidez articular (em casos de psoríase artrítica). Tratamento da psoríase O tratamento da psoríase tem como objetivo: reduzir a inflamação, desacelerar a renovação celular e aliviar os sintomas.   Tratamentos comuns: Cremes com corticosteroides ou calcipotriol Fototerapia (luz UV controlada) Medicamentos imunomoduladores (em casos moderados a graves) Cuidados com a hidratação e exposição solar moderada. Tratamento da psoríase Para evitar o aparecimento de surtos de psoríase, deve:   Controlar o stress Hidratar a pele diariamente Evitar lesões cutâneas Moderar o álcool e não fume Ter cuidado com certos medicamentos Expor-se de forma controlada ao sol Alimentar-se de forma equilibrada. Testemunho de quem vive com psoríase “Passamos por várias fases relativamente à aceitação da doença e acho que já estou há algum tempo na fase de aceitação.” — Rita Felgueiras, 37 anos   Ler o testemunho completo – “Na tua pele”     “Não sei se fico incomodado, se fico triste… mas gostava de não ter.” — Luís Carmo, 46 anos   Saiba mais sobre a sua história – “Na tua pele” Eczema vs Psoríase: Quais as principais diferenças? Apesar de partilharem sintomas como a comichão e a vermelhidão, o eczema e a psoríase apresentam algumas diferenças:   Aspeto das lesões: a psoríase tem placas espessas com escamas, enquanto o eczema apresenta-se como pele inflamada, seca e com comichão Localização: o eczema tende a aparecer nas dobras do corpo, enquanto a psoríase afeta zonas expostas como joelhos, cotovelos e couro cabeludo Origem: o eczema está mais associado a alergias e sensibilidades; a psoríase é uma doença autoimune.   Analisar e ter conhecimento destas diferenças permite-lhe identificar mais facilmente o problema e iniciar o tratamento correto. Quando deve consultar um dermatologista? O melhor é dirigir-se a um dermatologista se notar

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médico a segurar um esquema de cérebro

Pessoas com AVC: como apoiar e adaptar a vida após o acidente

É uma das principais causas de morte em Portugal. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) não só transforma profundamente a vida de quem sofreu como também a dos seus familiares. Nem todos os AVC’s são iguais e os efeitos físicos, emocionais e sociais variam de pessoa para pessoa, mas com apoio, adaptação e acompanhamento adequado, é possível recuperar qualidade de vida. Se procura informações sobre este tema, este artigo é para si. Pontos-chave do artigo O que muda na vida de quem sofreu um AVC Necessidades físicas e emocionais após o AVC Adaptação da casa e rotinas para maior autonomia Sintomas de AVC: os 5 F’s a memorizar Fatores que podem causar um AVC Como agir em caso de novo AVC Tipos de AVC e respetivos tratamentos Apoio psicológico e o papel da família Testemunhos reais de superação. O que muda na vida de quem sofreu um AVC? É necessária uma adaptação, sofrer um AVC é uma grande mudança. O dia a dia torna-se mais desafiante, seja porque as pessoas que o enfrentam podem sofrer alguma limitações na fala, movimentos, memória ou na visão. Há pessoas em que estas alterações são temporárias e outras em que estas podem tornar-se permanentes e exigem que se passe por um processo de aprendizagem em tarefas como: vestir-se, preparar refeições ou até mesmo comunicar.   Estas mudanças vão além do corpo: a rotina familiar, os papéis sociais e até a autoconfiança da pessoa podem ser profundamente afetados. Necessidades físicas e emocionais após um AVC Sofrer um AVC pode representar, para muitas pessoas, um recomeço. O impacto é profundo, especialmente porque pode implicar a perda de alguma independência, o que gera frustração e incerteza. Por isso, é fundamental garantir um apoio contínuo – não apenas físico, mas também emocional. Esse suporte é imprescindível para que a pessoa se adapte à nova realidade e recupere, aos poucos, a sua qualidade de vida. Alterações na mobilidade e comunicação Como referido, muitos sobreviventes de AVC perdem força num dos lados do corpo (hemiparesia) ou têm dificuldades em andar, falar ou até mesmo fazer refeições. A fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional são essenciais para recuperar funções e promover a autonomia. Esta reabilitação deve começar o mais cedo possível. Fadiga, ansiedade e depressão pós-AVC Uma queixa frequente, é a fadiga constante que surge após pequenas tarefas. Além disso, o risco de ansiedade e depressão aumenta, devido à perda de controlo sobre a sua vida. É fundamental garantir um acompanhamento psicológico e criar um ambiente que favoreça a autoestima e o bem-estar. Adaptação da casa e rotinas para maior autonomia Adaptar a casa e as rotinas diárias é essencial para facilitar a integração da pessoa com AVC à sua nova realidade. Essas mudanças tornam o ambiente mais seguro e funcional, promovendo conforto, autonomia e bem-estar no dia a dia. Equipamentos e apoios úteis (ex: cadeira de rodas) Recursos que podem fazer toda a diferença no dia a dia:   Cadeiras de rodas e andarilhos Barras de apoio no WC e no duche Cadeiras para banho e camas articuladas Utensílios adaptados para alimentação e vestuário Aplicações e dispositivos para facilitar a comunicação. A escolha do equipamento certo depende das limitações de cada pessoa e deve ser feita com o apoio de profissionais de saúde. Cuidados com segurança, higiene e alimentação Melhor do que remediar é mesmo prevenir. Principalmente quando o assunto são quedas e infeções. Relativamente à segurança algumas sugestões passam por: remover tapetes, desimpedir corredores e reforçar a iluminação. A higiene pessoal pode exigir alguma ajuda, o essencial é respeitar a privacidade da pessoa. Na alimentação, é importante adaptar a consistência dos alimentos ou optar por dietas específicas para prevenir novos eventos. Sintomas de um AVC Os 5 F’s são uma forma simples e prática de reconhecer os principais sintomas de um AVC. Em português, correspondem a:   F de Face: rosto descaído ou sorriso assimétrico F de Força: fraqueza num dos lados do corpo F de Fala: discurso confuso, arrastado F de Forte dor de cabeça: intensa e repentina, sem causa aparente F de Falta de visão: num ou ambos os olhos.   Se notar algum destes sinais, ligue de imediato para o 112. O tempo é crucial para minimizar danos cerebrais. Fatores que podem causar um AVC São vários os fatores que podem desencadear um AVC, desde fatores controláveis a outros que podem não ser controláveis.   Controláveis: Hipertensão arterial (principal causa) Diabetes, colesterol elevado Tabagismo, álcool, sedentarismo, obesidade Alimentação desadequada, stress, doenças cardíacas Uso indevido de medicamentos ou drogas.   Não controláveis: Idade: risco aumenta significativamente após os 55 anos mas 25% dos casos surge em jovens Histórico familiar de AVC ou doenças cardiovasculares Sexo: homens têm maior risco, mas as mulheres tendem a ter piores consequências AVC anterior ou ataque isquémico transitório (AIT). Como agir em caso de novo AVC: sinais e primeiros socorros Estar preparado e saber identificar os sinais de um novo AVC pode salvar vidas. Os principais sintomas incluem:   Fraqueza súbita num lado do corpo Dificuldade em falar ou compreender Alterações na visão Tonturas, perda de equilíbrio Dor de cabeça intensa e repentina.   Em caso de suspeita, ligue imediatamente para o 112. O tempo é crucial: quanto mais cedo a pessoa for assistida, maiores as hipóteses de recuperação. Tipos de AVC e tratamentos Estar preparado e saber identificar os sinais de um novo AVC pode salvar vidas. Os principais sintomas incluem: Fraqueza súbita num lado do corpo Dificuldade em falar ou compreender Alterações na visão Tonturas, perda de equilíbrio Dor de cabeça intensa e repentina. Em caso de suspeita, ligue imediatamente para o 112. O tempo é crucial: quanto mais cedo a pessoa for assistida, maiores as hipóteses de recuperação. AVC Isquémico (obstrução de uma artéria – cerca de 85% dos casos) Tratamento de urgência: Tratamento de urgência: Trombólise intravenosa com fármacos (ex: alteplase) para dissolver o coágulo Trombectomia mecânica para remoção do coágulo por via endovascular (em centros especializados)   Tratamento de longo prazo: Fármacos anticoagulantes ou antiplaquetários (para

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senhora idosa a sorrir enquanto sobe escadas

Falta de força nas pernas em idosos: causas, sintomas e soluções

Com o passar dos anos torna-se uma queixa frequente e tendo um impacto significativo na mobilidade da terceira idade, a falta de força nas pernas, pode afetar a independência e a qualidade de vida. É importante compreender as principais causas deste problema, reconhecer os sintomas e agir a tempo para que complicações, quedas e fraturas sejam evitadas.   Ao longo do artigo vamos explorar as causas por trás da fraqueza muscular nas pernas dos idosos e possíveis soluções. Pontos-chave do artigo A perda de força nas pernas é comum na terceira idade e resulta, sobretudo, da redução natural da massa muscular (sarcopenia), de doenças crónicas e do sedentarismo Os principais sintomas incluem dificuldade em levantar-se, tonturas e fraqueza persistente Se não for tratada, pode levar a quedas, fraturas e perda de autonomia Exercício físico regular, adaptação do ambiente e acompanhamento médico são essenciais para recuperar e prevenir a fraqueza muscular. Porque é mais comum perder força nas pernas na terceira idade? De acordo com estudos recentes, a partir dos 50 anos, a nossa massa muscular começa a diminuir entre 1 a 2% por ano. Esta perda progressiva está associada ao envelhecimento natural do corpo e contribui para a fraqueza muscular. Estima-se que cerca de 25% das pessoas com menos de 70 anos e até 40% das que têm mais de 80 anos apresentem sinais de sarcopenia ou perda acentuada de força muscular.   Este problema tende a intensificar-se com a idade, atingindo valores ainda mais elevados a partir dos 80 anos. Fatores como doenças crónicas, alterações neurológicas e menor atividade física contribuem para a perda de força nas pernas e aumentam o risco de quedas. Principais causas da fraqueza nas pernas em idosos As causas desta fraqueza podem surgir por diversos motivos e apesar de ser uma situação comum é essencial conhecê-las. Sedentarismo e perda muscular (sarcopenia) Uma das principais causas da fraqueza muscular é a falta de atividade física. Sem os estímulos regulares, os músculos atrofiam, tornam-se rígidos e menos eficientes. A sarcopenia (perda progressiva de massa muscular) está relacionada com a idade, surge a partir dos 30 anos e acelera após os 60. Doenças neurológicas e articulares O Parkinson, AVC, esclerose múltipla, compromete a força nas pernas. Contudo, problemas articulares, como a artrose, limitam os movimentos e causam dor e limitam o uso dos músculos. Efeitos secundários de medicamentos Medicamentos utilizados para a pressão arterial, colesterol ou ansiedade, são comuns entre os idosos e podem causar efeitos secundários que afetam os sistemas neuromusculares, que provocam fraqueza, tonturas ou dificuldade em andar. Sinais de alerta e sintomas associados Dificuldade em levantar-se Um dos sinais de alerta que por norma aparece em primeiro lugar, é a dificuldade que o idoso pode ter ao levantar-se de uma cadeira ou cama sem auxílio. Este esforço demonstra que os músculos das pernas perderam a força e a resistência. Tonturas e falta de equilíbrio A instabilidade ao andar ou levantar por norma está associada à fraqueza nas pernas e pode provocar um desequilíbrio e consequentemente aumenta o risco de quedas. Dor e rigidez muscular O aparecimento de dores, rigidez ou sensação de fraqueza constante nos membros inferiores indica um problema que necessita de atenção. Consequências da fraqueza muscular não tratada A fraqueza muscular quando não é tratada aumenta o risco de quedas e de fraturas (especialmente na zona da anca). Esta fraqueza quando não é tratada leva a uma dependência de terceiros, isolamento e até a uma deterioração cognitiva. Isto pode piorar doenças existentes e reduzir qualidade de vida. O que fazer: estratégias para fortalecer as penas De modo a que esta força nas pernas seja fortalecida apresentamos um conjunto de estratégias que podem ajudar. Exercícios simples para idosos Incentivar a prática de exercícios na terceira idade, como caminhadas diárias, subir escadas, levantar e sentar de forma controlada e calma e aplicar exercícios de alongamento ajudam a manter e recuperar a força muscular. Existem programas de fisioterapia que são adaptados às necessidades de cada idoso.   Se estiver interessado estes exercícios podem ajudar.   Veja ainda cinco exercícios sentados, para idosos. Adaptação do ambiente para evitar quedas Adaptar o ambiente é imprescindível para que o idoso se sinta mais independente. Algumas alterações que se podem fazer passam por: instalar barras de apoio no WC, retirar tapetes, melhorar a iluminação e utilizar calçado antiderrapante. Estas dicas previnem quedas e devem ser consideradas. Quando procurar ajuda médica? É necessário um apoio médico quando existe perda de força muscular, seja progressiva ou súbita e que seja acompanhada de outros sintomas como dor persistente e intensa, inchaço ou alterações neurológicas. Este diagnóstico antecipado é essencial e permite um controlo ou um tratamento de forma a melhorar a mobilidade do idoso. Como prevenir a perda de força nas pernas Prevenir a fraqueza muscular, mantém um estilo de vida ativo e saudável.   Praticar exercício físico regular Ter uma alimentação rica em proteínas e vitamina D Controlar doenças crónicas Evitar longos períodos de imobilidade Realizar exames de rotina e avaliações de mobilidade.   Esta fraqueza nas pernas apesar de ser um problema comum e até inevitável, muitas vezes é negligenciado.   Veja o nosso artigo sobre alimentação para idosos. Links importantes sobre esta temática: MDS Manual – Distúrbios da marcha Vídeo Dr. Hiroki – Fraqueza nas pernas Guia de cuidados à pessoa idosa/BVSMS Testemunhos de pacientes – Dr. Leonardo Palmeira 6 causas e soluções para a fraqueza nas pernas – Dr. Flávio Lambo Os conteúdos deste blog são informativos. Não substituem diagnóstico ou tratamento médico. Consulte sempre um profissional de saúde. Partilhar:

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pulmão com doença pulmonar obstrutiva crónica

DPOC: a tosse que não deve ser ignorada

Sabia que há cerca de 800 mil pessoas com DPOC em Portugal e que 7 em cada 10 nem sequer sabem que têm a doença?   É que os sinais, muitas vezes, parecem apenas cansaço do dia a dia: uma tosse persistente, falta de ar ao subir escadas, o peito que aperta com o frio. O corpo vai resistindo, até que respirar já não é tão simples assim. E é nesse momento que se descobre a DPOC – uma doença invisível, mas real, que precisa de ser reconhecida antes que avance em silêncio. Pontos-chave do artigo A DPOC é uma doença respiratória crónica e progressiva que afeta cerca de 800 mil pessoas em Portugal Tosse persistente, falta de ar e cansaço são sintomas comuns, mas muitas vezes ignorados A principal causa é o tabagismo, embora a exposição a poeiras, fumos e fatores genéticos também possa contribuir O diagnóstico é feito com espirometria, mas 70% dos casos continuam por identificar Não tem cura, mas pode ser travada com tratamento adequado, reabilitação respiratória e mudanças no estilo de vida A prevenção, o diagnóstico precoce e o acompanhamento são essenciais para melhorar a qualidade de vida. DPOC: o que é? Não é uma doença única, mas sim um “guarda-chuva” que junta duas condições respiratórias crónicas: a bronquite crónica e o enfisema pulmonar. Ambas causam obstrução das vias respiratórias, dificultando a passagem do ar e tornando a respiração um verdadeiro esforço.   A obstrução não desaparece por si e vai piorando com o tempo, sobretudo se não for diagnosticada e acompanhada. Mas nem tudo são más notícias: com o tratamento certo e algumas mudanças no estilo de vida, é possível viver melhor com DPOC. Causas e fatores de risco A grande vilã tem nome conhecido: tabaco. Fumar, durante anos, é a principal causa de DPOC. Mas há mais fatores a ter em conta:   Exposição a poeiras, fumos e produtos químicos, especialmente em ambientes de trabalho Poluição do ar, sobretudo em meios urbanos Fumo das lareiras, comum em casas mal ventiladas em zonas rurais Infeções respiratórias frequentes na infância Histórico familiar ou deficiência genética (como a ausência da proteína alfa-1-antitripsina, rara mas relevante). Importa reforçar: nem todos os fumadores têm DPOC, mas quanto mais tempo e quantidade se fuma, maior é o risco. E, claro, quem já tem asma ou outras doenças respiratórias está ainda mais vulnerável. DPOC: sintomas A DPOC instala-se devagar, muitas vezes silenciosamente. Por isso, os primeiros sintomas são facilmente desvalorizados. Mas há sinais a que se deve estar atento:   Tosse crónica, seca ou com expetoração (frequentemente associada ao tabaco e por isso ignorada) Pieira (um som agudo ao respirar) Sensação de aperto no peito Falta de ar (dispneia), primeiro ao esforço, depois até em repouso Cansaço constante e limitação nas atividades diárias Em fases mais avançadas: ansiedade, emagrecimento, infeções respiratórias frequentes e até coloração azulada dos dedos (sinal de falta de oxigénio). Como é feito o diagnóstico? A progressão é lenta, mas contínua, e é por isso que identificar o problema cedo faz toda a diferença. O exame mais usado para confirmar o diagnóstico é a espirometria – um teste simples, mas essencial, que mede a quantidade de ar que os pulmões conseguem inspirar e expirar. Também pode ser complementada com:   Raio-X ou TAC torácica (para detetar enfisema e excluir outras doenças) Análises de sangue e gasometria arterial (para medir os níveis de oxigénio e dióxido de carbono) Avaliação da deficiência genética de alfa-1-antitripsina, em casos suspeitos.   Se há tosse persistente, expetoração, cansaço e histórico de tabagismo ou exposição a agentes irritantes, vale sempre a pena marcar uma consulta com um pneumologista. DPOC em Portugal: o peso dos números e o alerta dos especialistas Apesar de afetar cerca de 800 mil pessoas em Portugal, a DPOC continua largamente desconhecida pela população. Estima-se que 70% dos casos estejam por diagnosticar, o que significa que muitos doentes não recebem acompanhamento nem tratamento adequado. E isto tem consequências sérias: só em 2022, as doenças respiratórias causaram mais de 12 mil mortes no país, e os especialistas alertam que podem vir a tornar-se a principal causa de morte até ao final da década.   Este cenário levou à criação de várias iniciativas de sensibilização e investigação, como o Fórum Saúde Respiratória 2025, que defende uma resposta integrada à crise das doenças respiratórias, e o novo estudo nacional promovido pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela AstraZeneca Portugal, que vai ajudar a traçar o perfil clínico e terapêutico dos doentes com DPOC em Portugal. O objetivo é claro: melhorar o diagnóstico precoce, personalizar os cuidados e garantir uma resposta mais justa e acessível à população. DPOC GOLD: o que é e como se mede? A classificação GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) é usada internacionalmente para avaliar o grau de obstrução e orientar o tratamento e ajuda os médicos a escolher o plano terapêutico mais adequado para cada doente. Baseia-se nos resultados da espirometria e divide a DPOC em quatro estágios:   GOLD 1 (Ligeira): sintomas leves, poucos impactos na vida diária GOLD 2 (Moderada): mais falta de ar, limitações ao esforço físico GOLD 3 (Grave): maior limitação funcional e risco de exacerbações GOLD 4 (Muito grave): sintomas constantes e risco de insuficiência respiratória. Tratamento da DPOC A DPOC não tem cura, mas tem tratamento. E quanto mais cedo for iniciado, maiores são os benefícios. Medidas fundamentais Parar de fumar. É o passo mais importante e o único que pode travar a progressão da doença; Evitar ambientes poluídos ou com fumos tóxicos Vacinação anual contra a gripe e pneumococos, para prevenir infeções Fisioterapia respiratória e reabilitação pulmonar, que ajudam a recuperar a capacidade física e respiratória. Medicamentos disponíveis Broncodilatadores (inaladores de curta ou longa duração): ajudam a abrir as vias respiratórias e facilitam a respiração Corticosteróides inalados, que reduzem a inflamação e previnem crises Antibióticos, quando há infeções respiratórias Oxigenoterapia, nos casos em que os níveis de oxigénio estão baixos Ventilação não invasiva (com máscara), em situações mais graves.

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idoso a fazer um puzzle

Como reconhecer e enfrentar as fases da demência com respeito e ternura

Sabia que mais de 200 mil pessoas sofrem de demência em Portugal?   Falar de demência é falar de uma caminhada difícil, para quem vive com a doença e para quem cuida. Aos poucos, a memória começa a falhar, os comportamentos mudam, e o dia a dia deixa de ser o mesmo. É duro, confuso, por vezes até injusto.   Mas saber o que esperar pode fazer a diferença. Porque, mesmo quando tudo parece desorganizar-se, há formas de cuidar com mais calma, mais presença e menos medo. Pontos-chave do artigo A demência é um conjunto de sintomas que afeta a memória, o raciocínio e o comportamento, e que se agrava ao longo do tempo Existem vários tipos de demência, sendo os mais comuns: Alzheimer, demência vascular, demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal Cada tipo de demência tem manifestações diferentes, mas geralmente evoluem por três fases: inicial, moderada e avançada Identificar os primeiros sinais e conhecer as fases ajuda a preparar melhor o apoio à pessoa com demência O diagnóstico precoce, os estímulos cognitivos e o ambiente de apoio podem abrandar a progressão da doença Apoiar alguém com demência exige adaptação constante, empatia e, muitas vezes, apoio especializado. O que é a demência? A demência não é uma doença específica, mas sim um termo usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam o cérebro. Falamos de perdas progressivas de memória, dificuldade em pensar, comunicar, tomar decisões ou até reconhecer rostos e lugares familiares. Estes sintomas interferem com a autonomia da pessoa e tornam, aos poucos, o dia-a-dia mais desafiante.   Em Portugal, estima-se que os casos de demência possam duplicar até 2080, ultrapassando os 450 mil casos (quase 5% da população) segundo um estudo do CIDIFAD. Este aumento está diretamente ligado ao envelhecimento da população, tornando ainda mais urgente a aposta na prevenção, no diagnóstico precoce e no apoio às famílias.   Perante este cenário, é importante conhecer melhor a doença e compreender como se manifesta. Existem vários tipos de demência, mas todos têm um ponto em comum: são doenças progressivas. Tal significa que os sintomas começam de forma leve e agravam-se com o tempo. Quais são os primeiros sinais de demência? Os primeiros sinais de demência podem ser subtis – tão subtis que muitas vezes se confundem com “coisas da idade” ou simples cansaço. Mas há comportamentos e esquecimentos que, quando se tornam frequentes, merecem atenção.   Alguns dos sinais mais comuns incluem:   Esquecimentos recentes, como repetir perguntas ou esquecer onde pôs objetos Dificuldade em encontrar palavras ou seguir uma conversa Desorientação no tempo e no espaço, mesmo em locais familiares Alterações de humor ou comportamento, como irritabilidade, apatia ou desconfiança injustificada Menor capacidade para planear ou tomar decisões simples, como preparar uma refeição ou pagar contas. Estes sinais não significam, por si só, que se trata de demência, mas são um alerta importante para procurar avaliação médica. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais cedo se pode atuar para abrandar a progressão e garantir melhor qualidade de vida.   Para mais informações e apoio, pode consultar a Alzheimer Portugal, uma das principais referências nacionais na área. Os quatro tipos mais comuns de demência Nem todas as demências são iguais. Enquanto umas começam com esquecimentos aparentemente inofensivos, outras manifestam-se por mudanças de personalidade ou por episódios de alucinação.   Conhecer os diferentes tipos de demência é um passo importante para compreender melhor o que se passa com a pessoa que vive com a doença… e até para evitar julgamentos precipitados. Doença de alzheimer É a forma mais comum de demência. Afeta, sobretudo, a memória e começa, muitas vezes, com esquecimentos aparentemente inofensivos. Com o tempo, vai comprometendo a linguagem, o raciocínio e a capacidade de reconhecer pessoas ou lugares. Demência vascular Provocada por problemas de circulação no cérebro, como AVCs ou pequenos derrames. Os sintomas dependem da zona afetada e a progressão pode ser feita aos “saltos”, ou seja, a pessoa pode piorar subitamente após um novo episódio vascular.   O tempo de vida com demência vascular depende da gravidade dos acidentes vasculares cerebrais anteriores, das comorbilidades e da rapidez com que o declínio cognitivo se instala. Em média, após o diagnóstico, a esperança de vida pode variar entre 5 e 10 anos, mas com grandes variações entre pessoas. Demência com corpos de Lewy Caracteriza-se por oscilações no estado de atenção, alucinações visuais, tremores e rigidez muscular. Pode ser confundida com o Parkinson, mas o declínio cognitivo surge mais cedo. A memória pode até estar preservada nas fases iniciais. Demência frontotemporal Afeta as regiões frontal e temporal do cérebro, o que significa que os primeiros sinais nem sempre estão ligados à memória. Em vez disso, o que se nota mais cedo são mudanças de comportamento, impulsividade, dificuldade em comunicar ou até perda de empatia.   Foi este o tipo de demência diagnosticado ao ator Bruce Willis, um caso que trouxe maior visibilidade à doença e mostrou ao mundo o impacto real que pode ter, mesmo em pessoas ainda relativamente jovens. Fase inicial (ligeira) Nesta fase, os sinais podem passar despercebidos ou ser confundidos com o envelhecimento natural. A pessoa continua relativamente autónoma, mas começam a notar-se mudanças subtis. O que é comum nesta fase:   Esquecimentos frequentes, sobretudo de acontecimentos recentes Dificuldade em encontrar palavras certas ou acompanhar uma conversa Desorientação em locais menos familiares Alterações de humor ou apatia Perda de iniciativa ou interesse por hobbies Pequenos erros no manuseamento de dinheiro ou em tarefas domésticas simples. Fase intermediária (moderada) Aqui, os sintomas tornam-se mais evidentes e passam a interferir no dia-a-dia. A pessoa começa a precisar de ajuda com tarefas básicas e a perda de autonomia é mais notória.   Nesta fase podem surgir:   Esquecimentos constantes, mesmo de acontecimentos importantes Desorientação no tempo e no espaço Dificuldade em vestir-se ou preparar refeições Confusão com rostos de familiares ou amigos Alterações de comportamento (agressividade, desconfiança, repetição de palavras) Problemas de linguagem e compreensão Início de incontinência urinária. Fase avançada (grave) É a

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filho a beijar as mãos de mãe idosa em ato de carinho

Depressão no idoso: a dor invisível que não devemos ignorar

Ficar mais calado, perder o interesse pelas pequenas coisas ou afastar-se das pessoas de quem se gosta… À primeira vista, pode parecer “coisa da idade”. Mas, muitas vezes, é mais do que isso. A depressão nos idosos existe – e nem sempre se vê à primeira. Os sinais podem ser discretos, confusos, até silenciosos. Mas o impacto é real e profundo.   Tantas vezes confundida com o “normal” do envelhecer, que acaba por ficar escondida. Mas não devia. Porque o sofrimento é real e tratar a depressão pode devolver sentido, prazer e até esperança a quem já achava que os melhores dias tinham ficado para trás. Pontos-chave do artigo A depressão não é uma consequência natural do envelhecimento e pode passar despercebida nos idosos Os sintomas nem sempre incluem tristeza — podem surgir como dores físicas, apatia ou isolamento Fatores como solidão, doenças crónicas e perda de autonomia aumentam o risco O diagnóstico precoce e o tratamento adequado (medicação, psicoterapia e apoio social) melhoram significativamente a qualidade de vida Prevenir passa por promover um estilo de vida ativo, saudável e com ligação à comunidade Existem linhas de apoio disponíveis para quem precisa de ajuda ou orientação. O que é, afinal, a depressão na terceira idade? A depressão não é apenas uma fase de tristeza, nem um sinal de fraqueza. É uma perturbação emocional profunda que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e vive. E quando surge na terceira idade, pode ser ainda mais difícil de reconhecer, tanto para quem sente, como para quem está por perto.   Muitas vezes, não se manifesta com lágrimas ou palavras tristes, mas sim com silêncios prolongados, dores sem causa, cansaço constante ou uma apatia que vai tomando conta dos dias. Em vez de dizerem que estão tristes, muitos idosos dizem apenas que estão cansados, que têm dores ou que já não têm paciência para nada. É por isso que tantos sintomas acabam por ser confundidos com o “normal” do envelhecer – e passam despercebidos. Quais são os países que mais sofrem com a depressão? Um estudo do DREES, com base no Inquérito Europeu de Saúde por Entrevista (EHIS) de 2019, revelou que França tinha, antes da pandemia, a maior taxa de depressão da Europa, com cerca de 11% da população afetada.   Já Portugal apresentou uma das taxas mais elevadas de depressão crónica, segundo o Eurostat, com 12,2% da população a reportar sintomas, ultrapassado apenas pela Eslovénia. Mais recentemente, um relatório da OCDE, de 2023, reforça que Portugal está entre os países com níveis mais altos de ansiedade e depressão na União Europeia. Porque é que a depressão atinge tantos idosos? A verdade é que o envelhecimento traz mudanças profundas: a perda de amigos ou do parceiro de vida, a reforma, o isolamento social, o aparecimento de doenças crónicas ou a sensação de que já não se “pertence” ao mundo ativo. Tudo isto pode afetar profundamente a saúde mental.   Em Portugal, de acordo com dados analisados até 2023, estudos indicam que cerca de 15% dos idosos podem ter sintomas depressivos. E este número sobe para 30% em ambientes de institucionalização, como lares ou hospitais.   É também mais comum entre mulheres mais velhas e entre idosos com múltiplos problemas de saúde. Mas não é inevitável. E não deve ser ignorado. Sintomas de depressão no idoso: o que observar Os sinais nem sempre são os clássicos e há também casos em que a depressão se confunde com demência, sobretudo quando há esquecimentos, lentidão no raciocínio e desorientação.   Eis alguns dos sintomas mais comuns na terceira idade:   Isolamento social e falta de interesse em estar com outras pessoas Fadiga constante ou falta de energia Dores físicas sem explicação médica Insónia ou excesso de sono Perda ou aumento significativo de peso Dificuldade em concentrar-se ou em tomar decisões Sentimentos de culpa ou inutilidade Pensamentos recorrentes sobre a morte. Quais são os principais fatores de risco? A depressão na terceira idade raramente tem uma causa única. Muitas vezes, nasce do acumular de perdas, mudanças e silêncios. É o corpo que enfraquece, a solidão que cresce, a vida que abranda. São fatores biológicos, psicológicos e sociais que, juntos, tornam os dias mais difíceis de enfrentar. Nos idosos, os mais comuns são:   Perda do cônjuge ou de amigos Reformar-se e perder o propósito ou rotina Viver sozinho ou com pouco apoio familiar Problemas económicos ou dificuldades em manter a autonomia Doenças crónicas como diabetes, AVC ou doenças cardíacas Uso prolongado de certos medicamentos História prévia de depressão. Como diagnosticar e tratar a depressão no idoso? A boa notícia? Sim, a depressão tem tratamento, mesmo nos idosos. O primeiro passo é reconhecer os sintomas e procurar ajuda médica. O diagnóstico é clínico, feito através da avaliação dos sintomas e, por vezes, com o apoio de escalas validadas para a população idosa. Depois, o tratamento pode passar por: Medicação antidepressiva, sempre ajustada à idade e às outras condições de saúde Psicoterapia, nomeadamente a terapia cognitivo-comportamental, que tem mostrado bons resultados Atividade física regular, que ajuda a libertar hormonas ligadas ao bem-estar Socialização e participação em atividades, para quebrar o isolamento Intervenção familiar e comunitária, essencial para criar um ambiente de apoio e segurança. Em casos mais graves ou resistentes, pode considerar-se o recurso a terapias como a eletroconvulsiva (TEC) ou a estimulação magnética transcraniana. Prevenção: pequenas mudanças que fazem a diferença É possível prevenir (ou pelo menos reduzir) o risco de depressão na terceira idade. Como? Através de hábitos e rotinas saudáveis:   Incentivar a prática regular de exercício físico, mesmo que leve Manter uma alimentação equilibrada Criar rotinas que incluam momentos de prazer, convívio e propósito Fomentar a participação em atividades culturais, recreativas ou de voluntariado Acompanhar regularmente a saúde física e mental.   O mais importante? Estar presente. Ouvir. Validar os sentimentos. E agir perante sinais de alerta. Como ajudar um idoso com depressão? Ajudar um idoso com depressão começa com algo simples, mas essencial: estar presente. Muitas vezes, o maior gesto é

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idosos a fazer exercício no parque

Sarcopenia: como travar a perda muscular silenciosa

Com o passar dos anos, há algo que acontece de forma quase invisível no corpo humano: os músculos começam a perder massa e força. Esta condição tem um nome – sarcopenia – e afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente a partir dos 60 anos. Mas saiba que há muito que se pode fazer para travar e, até, reverter. E tudo começa por conhecê-la melhor. Pontos-chave do artigo A sarcopenia é a perda progressiva de massa e força muscular, mais comum a partir dos 60 anos Pode afetar a mobilidade, o equilíbrio e a capacidade de realizar tarefas do dia a dia Sedentarismo, má alimentação e doenças crónicas são fatores que contribuem para a sua evolução É possível travar ou até reverter a sarcopenia com exercício físico regular e uma dieta rica em proteína Suplementos como proteína whey, vitamina D ou creatina podem ser úteis em alguns casos Manter um estilo de vida ativo é a melhor forma de prevenir esta condição e preservar a autonomia com o passar dos anos. O que é a sarcopenia? É uma doença progressiva caracterizada pela perda de massa muscular, força e desempenho físico. Embora seja mais comum em pessoas com mais de 60 anos, o processo começa muito antes, por volta dos 30 ou 40 anos o corpo já inicia, lentamente, a perda de músculo. A partir dos 65, essa perda tende a acelerar.   Na prática, o que acontece é que os músculos vão ficando mais pequenos e fracos. E isso não significa apenas que se perde força para abrir um frasco ou carregar sacos de compras. A sarcopenia afeta a mobilidade, o equilíbrio, e a capacidade para realizar tarefas básicas do dia a dia, como levantar-se da cadeira, subir escadas ou caminhar com segurança. Quais são os sintomas? Os sinais da sarcopenia afetam diretamente a autonomia da pessoa, podendo levar à perda de independência, e, em casos mais graves, ao risco de quedas, fraturas e internamentos. Podem aparecer de forma discreta, mas vão-se tornando cada vez mais evidentes com o tempo. Os mais comuns incluem:   Fraqueza muscular constante Cansaço mais rápido durante atividades normais Dificuldade em subir escadas ou levantar-se de uma cadeira Marcha mais lenta e menor resistência física Perda de equilíbrio e quedas frequentes Redução visível do volume dos músculos, especialmente nos braços e pernas. O que causa a sarcopenia? O envelhecimento é o principal culpado, mas não é o único. Vários fatores contribuem para o desenvolvimento da sarcopenia:   Sedentarismo: a falta de atividade física é um dos maiores aliados da perda muscular Má alimentação: uma dieta pobre em proteínas e nutrientes essenciais enfraquece os músculos Doenças crónicas: como diabetes, insuficiência renal, artrite, cancro ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica) Inflamação crónica: o corpo em “modo de alerta constante” pode degradar tecidos musculares Alterações hormonais: como a queda da testosterona ou da hormona do crescimento Obesidade: especialmente quando associada à sarcopenia (obesidade sarcopénica), pode agravar o quadro Imobilização: estar de cama por períodos prolongados, mesmo por motivo de doença ou recuperação. Como se diagnostica? Não existe um único teste para diagnosticar a sarcopenia. Normalmente, começa-se por avaliar os sintomas através de um questionário simples, chamado SARC-F, que mede a dificuldade em fazer movimentos básicos do dia a dia (levantar-se, andar, subir escadas, etc.). Depois, podem ser feitos testes como:   Força de preensão (medida com um dinamómetro manual) Teste da cadeira (ver quantas vezes a pessoa consegue levantar-se sem usar os braços) Teste da marcha (avaliar a velocidade a caminhar) Análises de composição corporal, como o DEXA ou BIA, que medem a quantidade de músculo no corpo. Qual o tratamento da sarcopenia? A boa notícia é que a sarcopenia pode ser tratada e até revertida, principalmente se for detetada nas fases iniciais. As principais estratégias passam por mudanças simples no estilo de vida: 1. Movimento é essencial O exercício físico é a arma mais poderosa contra a sarcopenia. O ideal é praticar treino de força (como levantar pesos, usar bandas elásticas, fazer agachamentos) e também exercícios aeróbicos como caminhar. Duas a quatro sessões por semana já podem fazer a diferença. 2. Comer bem é tão importante como mexer-se Uma dieta equilibrada, rica em proteínas de qualidade (carne, peixe, ovos, leguminosas, laticínios) é fundamental para reconstruir e manter os músculos. Com o passar dos anos, o corpo precisa de mais proteína para o mesmo efeito, por isso vale a pena reforçar o consumo. 3. Suplementos podem ajudar Em alguns casos, pode ser benéfico incluir suplementos como:   Proteína whey Leucina (um aminoácido que estimula a síntese muscular) Vitamina D (especialmente se houver défice) Creatina (para aumentar a força e energia) Ómega-3 (ajuda a reduzir inflamações) Colagénio e magnésio, para o suporte do tecido muscular e articulações. Mas atenção: os suplementos devem ser sempre usados com orientação de um profissional de saúde. Sarcopenia ou atrofia muscular: qual a diferença? A atrofia muscular é um termo mais geral e significa a perda de massa muscular por várias razões, que podem acontecer em qualquer idade. A sarcopenia é uma forma específica de atrofia muscular associada ao envelhecimento e ao declínio da função muscular. Como prevenir a sarcopenia? É possível envelhecer com força, mobilidade e independência, e tudo começa com pequenos gestos no dia a dia. Manter os músculos ativos e bem nutridos faz toda a diferença.   Um estudo longitudinal publicado pela revista Ageing International, em 2025, analisou dados do UK Biobank e concluiu que a prática regular de atividade física de intensidade moderada a vigorosa reduz significativamente o risco de desenvolver sarcopenia em adultos de meia-idade.   O estudo destaca que apenas atividades de intensidade leve não apresentam o mesmo efeito protetor.   Eis, então, algumas dicas práticas:   Mexer-se todos os dias, nem que seja com caminhadas Fazer treinos de força adaptados à idade e condição física Ter uma alimentação rica em proteína e nutrientes Evitar o tabaco e o álcool em excesso Dormir bem e manter uma boa hidratação Consultar o médico com regularidade. Se

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ALS (doença): o que é, sintomas e tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica

Quando Stephen Hawking foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), disseram-lhe que teria apenas alguns anos de vida. Viveu mais de 50. A ALS, como também é conhecida, é uma doença degenerativa rara que afeta os músculos e tira, aos poucos, a capacidade de andar, falar, engolir ou respirar. Venha connosco, aprender um pouco mais sobre esta condição. Pontos-chave do artigo A ALS (ou ELA) é uma doença neurológica degenerativa rara e progressiva que afeta os músculos e compromete funções como andar, falar ou respirar Os sintomas surgem de forma gradual e variam, mas incluem fraqueza muscular, dificuldades na fala e na deglutição, entre outros Ainda não existe cura, mas há tratamentos que ajudam a abrandar a progressão e a melhorar a qualidade de vida O diagnóstico é clínico e exige a exclusão de outras doenças, sendo geralmente demorado O apoio familiar e o acompanhamento por equipas multidisciplinares são fundamentais ao longo de todo o processo A investigação científica tem registado avanços promissores, como novas terapias genéticas, imunológicas e tecnologias de apoio à comunicação. O que é a ALS? É uma doença neurológica degenerativa que afeta os neurónios motores, que são as células nervosas responsáveis por enviar mensagens do cérebro e da medula espinal para os músculos. Quando estes neurónios deixam de funcionar, os músculos perdem a capacidade de contrair-se corretamente e começam a enfraquecer.   Com o tempo, funções tão simples como andar, falar, engolir ou respirar tornam-se cada vez mais difíceis. E é por isso que a ALS é considerada uma doença degenerativa progressiva; vai-se agravando com o tempo e afeta de forma crescente a autonomia da pessoa. Diferença entre ALS e ELA ALS e ELA são, na prática, a mesma coisa. A sigla ALS (do inglês Amyotrophic Lateral Sclerosis) é mais usada internacionalmente. Em Portugal, o termo mais comum é ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica. Ambos se referem à mesma condição neurológica. Causas da ALS A verdade é que ainda não se sabe ao certo o que provoca a ALS. Na maioria dos casos, a doença surge sem aviso e sem histórico familiar. Apenas cerca de 5 a 10% dos casos têm origem genética.   Estão a ser estudadas possíveis ligações com fatores ambientais como exposição a toxinas, tabagismo ou até serviço militar, mas não há, até agora, uma explicação clara ou uma causa identificável na maioria dos casos.   Sabemos que é mais comum em homens, geralmente a partir dos 60 anos, e que a sua evolução é muito variável de pessoa para pessoa. Estima-se, ainda, uma prevalência de três a cinco casos por cada 100 mil pessoas. Quais são os primeiros sintomas da ALS? Os sintomas do ELA podem começar de forma subtil, mas ganham força com o tempo. Os primeiros sinais costumam aparecer nas mãos, pernas ou na fala. Apesar de a maioria manter as capacidades mentais intactas, há doentes que desenvolvem também formas de demência associadas.   Alguns dos sintomas mais frequentes:   Fraqueza muscular nas pernas ou nos braços Dificuldade em andar, segurar objetos ou escrever Atrofia muscular (músculos que diminuem de volume) Espasmos e cãibras frequentes Fala arrastada ou dificuldade em articular palavras Dificuldade em engolir Aumento de saliva Cansaço extremo Alterações emocionais ou cognitivas (em alguns casos). Como diagnosticar a ALS? O diagnóstico da doença de ALS é clínico, o que significa que depende da avaliação dos sintomas e da exclusão de outras doenças. Não existe um único exame que confirme a ELA de forma imediata. Normalmente, o neurologista realiza:   Exame neurológico detalhado Eletromiografia (para analisar a atividade elétrica dos músculos) Ressonância magnética Análises ao sangue e à urina Biópsias musculares ou nervosas, em alguns casos. Infelizmente, todo o processo pode demorar, o que atrasa o início dos tratamentos de suporte. ALS tem cura? Qual é o tratamento? Até ao momento, a ALS não tem cura, mas existe medicação que pode ajudar a abrandar a progressão da doença e a preservar algumas funções durante mais tempo. Os resultados variam de pessoa para pessoa, mas o objetivo passa sempre por proporcionar conforto, aliviar sintomas e manter a autonomia o máximo possível. O tratamento exige uma abordagem integrada e multidisciplinar, que pode envolver:   Fisioterapia e terapia ocupacional Terapia da fala Apoio nutricional (e, em muitos casos, alimentação por sonda) Ventilação não invasiva, quando a respiração fica comprometida Equipamentos de apoio à mobilidade e comunicação. Ao longo de todo o processo, é fundamental contar com uma equipa especializada: médicos, fisioterapeutas, terapeutas da fala, nutricionistas, psicólogos, cuidadores e outros profissionais que ajudam a ajustar o plano de cuidados às necessidades de cada pessoa. Apesar de ainda não existir uma cura, a investigação científica tem avançado a passos largos. Em 2023, foi aprovado nos EUA o primeiro tratamento direcionado a uma mutação genética associada à ELA – o gene SOD1 – uma forma hereditária da doença, representando um marco na medicina personalizada (Mass General Brigham). Também estão a ser estudadas abordagens inovadoras, como a imunoterapia com anticorpos monoclonais, que poderá ajudar a retardar a progressão da doença (OHSU). Outro avanço notável deu-se na área da tecnologia assistiva: um implante cerebral experimental permitiu a um doente com ELA recuperar a capacidade de comunicação através de uma interface cérebro-computador, atingindo uma velocidade de até 32 palavras por minuto (Reuters). Qual a expetativa de vida de pessoas com ALS? A expectativa de vida média após o diagnóstico varia entre dois a cinco anos, embora existam exceções. O físico Stephen Hawking, por exemplo, viveu décadas com a doença.   Tudo depende da velocidade de progressão e das áreas do corpo inicialmente afetadas. A forma bulbar, que afeta logo a fala e a deglutição, tende a evoluir mais rapidamente.   A insuficiência respiratória é a principal causa de morte nos casos mais avançados. Por isso, investir em tratamentos de suporte logo no início pode fazer uma grande diferença na qualidade e no tempo de vida da pessoa com ELA. Viver com ALS: o papel da família e dos cuidadores Receber um diagnóstico de ALS é um momento

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Direitos do Paciente: saiba o que pode (e deve) exigir nos serviços de saúde

Estar doente, seja por um motivo simples ou mais grave, nunca é fácil. Numa situação de fragilidade, o mínimo que qualquer pessoa merece é ser tratada com respeito, empatia e dignidade. Em Portugal, felizmente, os direitos do paciente estão bem definidos e protegidos por lei, mas nem sempre são conhecidos por quem mais precisa deles. Quais são os direitos do paciente em Portugal? Estes direitos estão previstos na Lei n.º 15/2014, na Lei de Bases da Saúde, na Carta dos Direitos do Doente Internado, entre outros diplomas legais. Aqui ficam os principais, em formato simples:   Direito à dignidade, respeito e não-discriminação Direito à prestação de cuidados de saúde adequados, atempados e de qualidade Direito à informação clara, objetiva e acessível sobre o estado de saúde Direito a aceitar ou recusar exames, tratamentos ou intervenções Direito a obter uma segunda opinião médica Direito à assistência espiritual e religiosa Direito ao acompanhamento por familiar ou pessoa indicada Direito à privacidade em todos os atos clínicos Direito à confidencialidade de dados clínicos e pessoais Direito de acesso ao processo clínico Direito a apresentar sugestões, reclamações ou denúncias Direito à continuidade de cuidados após alta hospitalar Direito à liberdade individual, salvo exceções legais. A Carta de Direitos do Paciente: o que é? A famosa Carta dos Direitos do Doente, aprovada pelo Ministério da Saúde, reúne um conjunto de princípios que garantem que cada pessoa seja respeitada enquanto utente do sistema de saúde. Muitos destes direitos estão consagrados na Constituição da República Portuguesa, na Lei de Bases da Saúde, e em documentos internacionais, como a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.   Pode consultar a versão publicada pela Ordem dos Médicos ou no website do SNS24. Direito de acesso à informação clínica e à proteção de dados Estar internado pode ser angustiante e, por isso, os direitos do paciente hospitalizado incluem cuidados especiais:   Instalações adaptadas ao conforto e bem-estar do doente Direito à intimidade e tranquilidade, incluindo durante os cuidados de higiene ou repouso Informação clara sobre os serviços do hospital (refeições, visitas, apoio espiritual, etc.) Proibição de discriminação com base em idade, género, etnia ou religião Direito a visitas, sempre que a situação clínica o permita.   No caso das crianças, vigora também a Carta da Criança Hospitalizada, que garante, entre outras coisas, a presença contínua dos pais. Direitos do paciente oncológico As pessoas com diagnóstico de cancro enfrentam desafios muito específicos. Os direitos do paciente oncológico incluem:   Acesso a cuidados de saúde especializados e humanizados Respeito pelas emoções, medos e decisões do doente Acompanhamento adequado em todas as fases da doença Apoio psicológico e social Possibilidade de receber cuidados paliativos com conforto e dignidade E, em muitos casos, direito a transporte gratuito para os tratamentos, como consultas, quimioterapia ou radioterapia, especialmente quando o doente está debilitado ou sem meios próprios de deslocação. Direitos do paciente terminal Quando um doente se encontra numa fase terminal, o foco passa a ser o conforto, o bem-estar e o respeito pela sua vontade.   Os direitos do paciente terminal incluem:   Receber cuidados paliativos adequados Ser acompanhado por quem quiser Ter controlo sobre decisões de tratamento Direito à tranquilidade, privacidade e ambiente acolhedor. Consentimento informado: o que é e quando é obrigatório O consentimento informado é o direito do paciente a decidir, de forma livre e consciente, sobre o que lhe vai ser feito. Para isso, deve receber informação clara, acessível e adequada ao seu nível de compreensão.   É obrigatório em situações como:   Cirurgias e atos invasivos Administração de sangue ou derivados Interrupção voluntária da gravidez Diagnóstico pré-natal com técnicas invasivas Esterilização ou procriação medicamente assistida Participação em ensaios clínicos ou investigação médica.   Note que, mesmo depois de dar consentimento, o doente pode voltar atrás a qualquer momento. Consentimento informado: o que é e quando é obrigatório O consentimento informado é o direito do paciente a decidir, de forma livre e consciente, sobre o que lhe vai ser feito. Para isso, deve receber informação clara, acessível e adequada ao seu nível de compreensão. É obrigatório em situações como: Cirurgias e atos invasivos Administração de sangue ou derivados Interrupção voluntária da gravidez Diagnóstico pré-natal com técnicas invasivas Esterilização ou procriação medicamente assistida Participação em ensaios clínicos ou investigação médica Note que, mesmo depois de dar consentimento, o doente pode voltar atrás a qualquer momento. Consentimento informado: o que é e quando é obrigatório O consentimento informado é o direito do paciente a decidir, de forma livre e consciente, sobre o que lhe vai ser feito. Para isso, deve receber informação clara, acessível e adequada ao seu nível de compreensão. É obrigatório em situações como: Cirurgias e atos invasivos Administração de sangue ou derivados Interrupção voluntária da gravidez Diagnóstico pré-natal com técnicas invasivas Esterilização ou procriação medicamente assistida Participação em ensaios clínicos ou investigação médica Note que, mesmo depois de dar consentimento, o doente pode voltar atrás a qualquer momento. Partilhar:

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